O que fazer se a concessionária tentar fazer uma venda casada de acessórios: recuse a imposição, não assine contratos que incluam itens não desejados, fotografe e guarde provas, solicite exclusão por escrito, registre reclamação no Procon ou consumidor.gov.br e procure juizado especial ou advogado se não houver solução.
O que Fazer se a Concessionária Tentar Fazer uma “Venda Casada” de Acessórios. Já passou por isso? Vou mostrar, de forma direta e prática, quais direitos acionar, o que exigir na hora e como registrar a reclamação sem complicação.
Como identificar uma venda casada na concessionária
Na concessionária, uma venda casada ocorre quando o vendedor exige a compra de acessórios para liberar o carro ou oferecer um desconto condicionado. Fique atento: isso não é normal nem sempre é legal.
Sinais claros de venda casada incluem frases como: “só entregamos o carro com esse pacote”, “o preço só vale com os acessórios” ou pressão para assinar na hora. Se ouvir algo assim, desligue o emocional e peça detalhes.
O que verificar no momento
- Peça o contrato impresso e leia cada item; exija que tudo esteja discriminado.
- Verifique se os acessórios aparecem como opcionais ou obrigatórios no documento.
- Pegue orçamentos separados: peça preço do carro sem acessórios e com acessórios.
- Anote nomes, cargo do vendedor, data e horários das conversas.
Registre tudo: fotos do contrato, do veículo, recibos e mensagens. Provas claras ajudam se for necessário reclamar depois.
Como reagir na hora
- Peça tempo para pensar. Vendedores que insistem forçam a decisão.
- Recuse verbalmente a compra dos itens opcionais e solicite a exclusão no contrato.
- Solicite a presença do gerente e peça justificativas por escrito se a exigência persistir.
- Grave a conversa se for legal em sua jurisdição e informe que está registrando os fatos.
Se a concessionária mantiver a prática, você pode buscar canais de defesa do consumidor. Não aceite a imposição só por medo de perder a oferta.
Como documentar para reclamar
- Guarde cópia do contrato com e sem os acessórios, recibos e mensagens.
- Tire fotos do carro, da placa de preço e de qualquer material que comprove a exigência.
- Anote protocolos de atendimento, nomes e números de telefone.
Com essas provas, registre a reclamação no Procon, no site Reclame Aqui ou no portal consumidor.gov.br. Se necessário, avalie ação no juizado especial contra cláusulas abusivas.
Agir rápido e com documentação simples costuma resolver mais rápido do que imaginar soluções complexas.
Direitos do consumidor: leis e precedentes relevantes

O Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990) proíbe a prática de venda casada. Isso significa que a concessionária não pode condicionar a entrega do veículo à compra de acessórios ou serviços adicionais.
Legislação aplicável
Artigos-chave do CDC: o artigo que considera abusiva a imposição de produtos ou serviços como condição para fornecimento, e o artigo que declara nulas cláusulas contratuais abusivas. Esses dispositivos protegem sua liberdade de escolha e garantem reparação quando há dano.
Entendimento dos tribunais
Tribunais brasileiros costumam reconhecer a venda casada como prática abusiva. Decisões habitualmente anulam cláusulas que imponham aquisição de itens e podem determinar devolução de valores ou indenização se houver prejuízo comprovado.
Como usar a lei a seu favor
- Peça a exclusão imediata dos acessórios do contrato e solicite o documento atualizado.
- Documente tudo: contrato original, fotos, mensagens, orçamentos separados e nomes dos atendentes.
- Registre reclamação no Procon e em plataformas oficiais como consumidor.gov.br. Esses canais costumam exigir documentação mínima.
- Se não houver solução, leve o caso ao juizado especial cível; lá você pode pedir restituição de valores e, quando cabível, indenização por danos morais.
Provas e argumentação prática
Provas simples fazem diferença: print de conversas, foto das cláusulas, recibo sem discriminação dos itens e testemunhas. Ao apresentar o caso, destaque que a exigência foi condição para a venda e mostre orçamentos que comprovem a cobrança separada.
Quando buscar ajuda especializada
Se o valor envolvido for alto ou a concessionária recusar a negociação, consulte um advogado especializado em direito do consumidor. Em muitos casos, uma notificação extrajudicial resolve rapidamente.
Passo a passo para recusar, documentar e reunir provas
Se a concessionária tentar condicionar a venda à compra de acessórios, trate o assunto com calma e firmeza. Não assine nada que inclua itens que você não deseja.
Como recusar com segurança
- Informe verbalmente que você não aceita a compra condicionada e peça a exclusão imediata dos itens do documento.
- Solicite tempo para analisar o contrato e não ceda à pressão por assinatura imediata.
- Pegue uma versão impressa do contrato e exija que qualquer alteração seja feita por escrito e assinada por um responsável.
- Peça a presença do gerente se o vendedor insistir e anote nome, cargo e horário da conversa.
- Se for legal na sua região, informe que está registrando a conversa e grave apenas quando permitido.
Como documentar no local
- Tire fotos nítidas de todas as páginas do contrato, sobretudo das cláusulas que mencionam acessórios.
- Fotografe etiquetas de preço, folhetos e amostras dos acessórios expostos.
- Guarde todos os recibos e peça comprovantes separados para o valor do veículo e dos acessórios.
- Solicite por escrito (e-mail ou SMS) a justificativa da concessionária se alegarem necessidade dos itens.
Provas digitais e físicas
Faça screenshots de conversas via WhatsApp ou e-mail, garantindo que data e hora apareçam. Imprima essas mensagens e salve os arquivos com nomes descritivos, por exemplo: contrato_data.pdf, whatsapp_vendedor_data.jpg.
- Peça cópia assinada do contrato final entregue pela concessionária.
- Se houver testemunhas, anote nome e contato; testemunhas podem reforçar sua versão.
- Guarde qualquer proposta ou orçamento externo que comprove o preço separado dos acessórios.
Como organizar para reclamar
- Monte uma pasta física e outra digital com todos os documentos, fotos e registros em ordem cronológica.
- Anote uma linha do tempo com datas, horários e ações realizadas.
- Copie tudo para um serviço de nuvem e mantenha uma cópia offline.
Com documentos claros e uma sequência organizada, você terá base sólida para registrar reclamação no Procon, em plataformas oficiais ou, se necessário, em juizado especial.
Como registrar reclamação: canais, modelos e ações legais

Junte todas as provas antes de registrar a reclamação: contrato, fotos, recibos, mensagens e nomes das pessoas envolvidas. Documentos organizados aumentam suas chances de solução rápida.
Canais para registrar a reclamação
- Procon: atendimento presencial ou pelo site. O Procon pode notificar a concessionária e mediar o acordo.
- consumidor.gov.br: plataforma oficial para diálogo direto com empresas. Anexe documentos e acompanhe respostas.
- Reclame Aqui: visibilidade pública que costuma acelerar respostas comerciais.
- Ouvidoria da montadora: use quando a concessionária não resolver.
- Juizado especial cível: se não houver acordo, leve a ação; em muitos casos não é preciso advogado para causas de menor valor.
O que incluir na reclamação
- Identificação: nome, CPF, telefone e e‑mail.
- Descrição clara dos fatos: data da compra, local, o que foi exigido e como foi a negociação.
- Pedir objetivamente o que você quer: exclusão do acessório, devolução de valores ou indenização.
- Anexar provas: fotos do contrato, recibos, prints de mensagens, protocolos e orçamentos separados.
- Sugira prazo para resposta e solicite número de protocolo.
Modelo simples que ajuda
Use linguagem direta e objetiva. Exemplo: “Eu, [nome], CPF [xxx], comprei o veículo [modelo] em [data] na concessionária [nome]. Fui obrigado a adquirir acessórios para liberar o carro. Solicito a exclusão imediata dos itens e a restituição de valores cobrados indevidamente. Anexo contrato e comprovantes. Aguardo solução em [x] dias e envio protocolo.”
Próximas ações práticas
- Acompanhe protocolos e salve todas as respostas recebidas.
- Se o canal administrativo não resolver, protocole no juizado especial com cópias das provas.
- Considere consultar um advogado quando o valor for alto ou houver negativa sistemática.
- Mantenha cópias físicas e digitais, e anote uma linha do tempo com datas e nomes.
Registrar a reclamação com clareza e provas costuma forçar a concessionária a negociar ou resultar em providências administrativas. Agir rápido e documentar é o melhor caminho para resolver sem desgaste maior.
Conclusão
Se a concessionária tentar venda casada, mantenha a calma e recuse qualquer imposição. Peça a exclusão dos acessórios no contrato e não assine até ter tudo claro por escrito.
Documente desde já: fotos do contrato, prints de mensagens, recibos e nomes dos atendentes. Provas simples e organizadas facilitam a solução.
Registre reclamação no Procon, em consumidor.gov.br ou no Reclame Aqui. Se não houver acordo, leve ao juizado especial ou consulte um advogado. Agir rápido e com provas costuma resolver mais rápido e sem desgaste.
FAQ – Venda casada em concessionárias: dúvidas comuns
O que é venda casada na concessionária?
É quando a concessionária condiciona a venda ou entrega do veículo à compra de acessórios ou serviços. Ou seja, você só recebe o carro se aceitar itens extras.
A prática é ilegal?
Sim, a prática é considerada abusiva pelo Código de Defesa do Consumidor. Concessionárias não podem exigir compra de produtos como condição para a venda.
Como devo recusar sem prejudicar a negociação?
Peça calma, informe que não aceita a condição e solicite a exclusão dos itens no contrato. Não assine nada até ter o documento corrigido por escrito.
Que provas devo reunir no local?
Fotografe todas as páginas do contrato, recibos, folhetos e etiquetas de preço; faça prints de mensagens e anote nomes, datas e horários das conversas.
Onde registrar reclamação se a concessionária não resolver?
Registre no Procon, em consumidor.gov.br, e em plataformas como Reclame Aqui. Se não houver acordo, leve o caso ao juizado especial cível ou consulte um advogado.
Posso gravar a conversa com o vendedor como prova?
Verifique a legalidade na sua região; se você participa da conversa, gravações costumam ser aceitas como prova, mas é prudente confirmar a regra local ou pedir orientação jurídica.

