O que fazer se a alfândega cobrar impostos sobre um produto isento para PCD: reúna laudo médico com CID, nota fiscal, AWB e documentos pessoais, protocole contestação pelos canais oficiais (e-CAC/Correios), solicite reclassificação fiscal em caso de NCM incorreto e consulte despachante ou advogado se necessário.
O que Fazer se a Alfândega Cobrar Impostos sobre um Produto Isento para PCD. Já passou por essa situação? Vou mostrar passos práticos, exemplos de documentos e como agir para tentar liberar a encomenda sem surpresas.
Como verificar se o produto tem direito à isenção
Para verificar se o produto tem direito à isenção, comece conferindo o código fiscal do bem (NCM/HS) e a descrição na fatura. O NCM define se o item pode ser enquadrado como isento para PCD.
Passo a passo prático
- Identifique o NCM/HS no documento de compra ou na etiqueta do produto.
- Consulte o site da Receita Federal ou base oficial para confirmar se esse NCM aparece em regras de isenção para pessoas com deficiência.
- Verifique se a importação é para uso pessoal e sem fins comerciais, requisito comum para isenções.
- Cheque exigências sanitárias ou técnicas (por exemplo, ANVISA ou Anatel) quando se tratar de equipamentos médicos ou eletrônicos.
- Reúna documentos que provem a condição PCD e a necessidade do produto antes de entrar na alfândega.
Documentos e provas que ajudam
Tenha à mão: laudo médico com CID e indicação do equipamento, CPF do beneficiário, comprovante de residência, nota ou fatura de compra e declaração de uso pessoal. Traduções juramentadas e certidões podem ser solicitadas se a origem for outro país.
Fotos do produto em uso e instruções do fabricante também ajudam a demonstrar a finalidade. Digitalize tudo para envio rápido aos fiscais ou ao despachante.
Quando buscar orientação
Se houver dúvida sobre a interpretação do NCM ou da legislação, procure um despachante aduaneiro ou apoio jurídico. Uma consulta prévia à Receita ou pedido de classificação fiscal pode evitar cobrança indevida.
Em casos de cobrança, reúna as provas e siga os canais oficiais para contestar. Organização e documentos claros aumentam suas chances de êxito.
Documentos essenciais para comprovar a condição PCD na importação

Laudo médico com CID e indicação do equipamento é o documento mais importante. Deve ter data, assinatura e carimbo do médico (CRM), descrevendo por que o produto é necessário.
Documentos básicos
- CPF e documento de identidade ou passaporte do beneficiário.
- Comprovante de residência recente em nome do beneficiário.
- Nota fiscal, fatura comercial ou pedido de compra com descrição detalhada do produto e quantidade.
- Comprovantes de embarque: conhecimento aéreo (AWB), tracking e packing list.
Provas técnicas e de uso
- Prescrição ou receituário indicando o equipamento específico.
- Especificações técnicas do fabricante (manual ou ficha técnica) que mostrem uso e características do produto.
- Fotos do equipamento ou de uso demonstrando a finalidade, quando aplicável.
Documentos de suporte administrativo
- Procuração para o despachante aduaneiro, se houver representação.
- Traduções juramentadas de documentos estrangeiros, quando exigidas.
- Certificados ou autorizações regulatórias (por exemplo, Anvisa) para equipamentos médicos sujeitos a controle.
Como organizar: digitalize tudo em alta qualidade, nomeie os arquivos claramente (ex.: “laudo_medico_nome.pdf”), e combine documentos relacionados em um único PDF quando possível. Destaque a parte do laudo que cita o CID e a necessidade do equipamento para facilitar a análise.
Leve cópias físicas e digitais ao despachante ou à fiscalização, e verifique com antecedência se a autoridade aduaneira ou o órgão regulador exige formulários adicionais. Documentação completa e bem apresentada acelera a liberação e reduz o risco de cobrança indevida.
Passo a passo para contestar a cobrança na alfândega
- Leia a notificação com atenção: confira número do processo, descrição do tributo, NCM do produto e o código do despacho. Salve uma cópia digital e imprima a original.
- Reúna os documentos essenciais: nota fiscal ou invoice, laudo médico com CID, comprovante de residência, CPF e AWB/tracking. Digitalize em alta qualidade e nomeie os arquivos claramente.
- Contacte o despachante ou o serviço de correios: peça o protocolo da ocorrência e solicite esclarecimentos sobre a razão da cobrança. Anote nomes, datas e protocolos de atendimento.
- Envie a contestação formal: junte os documentos em PDF, destaque o trecho do laudo que justifica a isenção e protocole a contestação via sistema indicado pela autoridade (e-CAC, portal do correio ou atendimento presencial). Inclua um resumo objetivo do caso no corpo do envio.
- Acompanhe prazos e responda rápido: verifique o prazo para manifestação e envie complementos sempre que solicitado. Respostas rápidas evitam leilões ou custos adicionais.
- Peça pedido de reclassificação ou revisão: se a cobrança for por classificação fiscal errada (NCM), solicite análise técnica ou pedido de classificação junto à Receita. Documentos técnicos do fabricante ajudam a provar a natureza do produto.
- Use recursos administrativos quando necessário: se a primeira resposta for negativa, protocole recurso administrativo conforme instruções recebidas. Considere auxílio jurídico ou de um despachante experiente em casos complexos.
Documentos que reforçam a contestação
- Laudo médico detalhado com CID e indicação do equipamento.
- Nota fiscal ou invoice com descrição completa do produto.
- Ficha técnica ou manual do fabricante que comprove a finalidade do bem.
- AWB, comprovante de envio e rastreamento.
- Procuração para o despachante, quando aplicável.
Dicas práticas para aumentar as chances de sucesso
Organize os PDFs em ordem lógica e destaque com marcações eletrônicas a parte do laudo que menciona a necessidade do equipamento. Mantenha cópias físicas e digitais e envie tudo por canais oficiais. Se houver barreira técnica, busque parecer técnico do fabricante ou laudo complementar.
Quando buscar ajuda especializada
Procure um despachante aduaneiro ou advogado quando as tentativas iniciais não resolverem, se houver risco de cobrança elevada ou perda do bem. Um profissional pode orientar sobre recursos e prazos específicos.
Como acelerar a liberação: prazos, recursos e quando procurar ajuda jurídica

Organize a documentação e atue rápido: quanto mais cedo você protocolar a contestação, maiores as chances de liberar a encomenda sem custos extras. Digitalize todos os documentos em PDF e agrupe por tipo (laudo, invoice, comprovantes).
Entenda os prazos
Verifique o prazo indicado na notificação ou no sistema do operador logístico. Responda antes do vencimento e anote protocolos. Prazos variam por órgão e tipo de despacho; não espere o último dia para enviar informações.
Use recursos e canais oficiais
- Protocole a contestação pelo canal indicado: e-CAC, portal dos Correios ou sistema da autoridade aduaneira.
- Envie documentação complementar quando solicitada e mantenha registro de envio (PDF datado, número de protocolo).
- Considere pedido de prioridade por motivo de saúde, quando houver risco ao beneficiário, anexando laudo que comprove urgência.
Como acelerar na prática
- Contrate um despachante aduaneiro experiente para lidar com trâmites e prazos e reduzir erros formais.
- Peça reclassificação fiscal se o problema for NCM; documentos técnicos do fabricante ajudam na análise.
- Mantenha comunicação clara com o operador logístico e solicite atualização do status com frequência.
Quando procurar ajuda jurídica
Considere um advogado se: houver cobrança elevada indevida, risco de perda do bem, negativa persistente da autoridade ou prazos esgotados. Ação judicial pode ser necessária para obter liminar e liberar o produto, mas tem custos e prazo incerto.
Para valores altos ou casos complexos, peça um parecer jurídico antes de medidas drásticas. Em casos simples, um despachante costuma resolver mais rápido e com menor custo.
Mantenha sempre cópias digitais e físicas atualizadas, registre contatos e protocolos, e acompanhe o processo até a liberação.
Se a alfândega cobrar imposto indevido, não entre em pânico: você pode contestar apresentando documentos que comprovem a isenção para PCD.
Organize o laudo médico, a nota fiscal, o AWB e os documentos pessoais, digitalize em boa qualidade e protocole a contestação o quanto antes.
Use os canais oficiais, acompanhe prazos e, se houver resistência ou risco de perda do bem, considere contratar um despachante ou advogado para ajudar.
Com documentação clara e ação rápida, as chances de liberar a encomenda aumentam; mantenha cópias e registre todos os protocolos durante o processo.
FAQ – Dúvidas sobre cobrança de impostos pela alfândega em produtos isentos para PCD
Quem tem direito à isenção na importação de produtos para PCD?
Geralmente a pessoa com deficiência que comprovar necessidade por laudo médico, uso pessoal e enquadramento do produto no NCM previsto na legislação. Cada caso depende da análise aduaneira.
Quais documentos devo apresentar para comprovar a isenção?
Laudo médico com CID e indicação do equipamento, nota fiscal/invoice, AWB/tracking, CPF, comprovante de residência e especificações técnicas do fabricante. Traduções juramentadas quando exigidas.
Como proceder se a alfândega cobrar imposto indevido?
Leia a notificação, reúna os documentos, protocole a contestação pelo canal indicado (e-CAC, portal dos Correios ou presencial) e acompanhe protocolos e prazos. Contate um despachante se necessário.
Quanto tempo leva para resolver uma contestação?
Os prazos variam conforme o órgão e a complexidade do caso. Responder rapidamente e enviar documentação completa costuma reduzir o tempo de análise, mas pode levar dias a semanas.
É possível pedir prioridade por motivo de saúde?
Sim. Se houver risco à saúde, anexe laudo que comprove urgência e solicite priorização. A aprovação depende da avaliação da autoridade aduaneira.
Quando devo contratar um despachante ou advogado?
Considere um despachante para trâmites rotineiros e agilidade administrativa. Procure advogado se houver cobrança elevada, negativa persistente, risco de perda do bem ou necessidade de recurso judicial.

