Como funciona a perícia do DETRAN para a CNH especial: peritos avaliam capacidade sensorial (visão, audição), funções motoras e cognitivas, exames complementares e laudos médicos, testam habilidades práticas e definem restrições ou adaptações veiculares, estabelecendo validade e periodicidade de reavaliações conforme a estabilidade clínica.
Como Funciona a Perícia do DETRAN para a CNH Especial: O que é Avaliado. Já se perguntou quais exames e critérios definem a concessão da CNH especial? Vou explicar, com exemplos práticos, o que costuma ser observado e como você pode se preparar.
O que envolve a perícia do DETRAN para CNH especial
A perícia do DETRAN para CNH especial analisa se o condutor tem condições seguras de dirigir e quais adaptações ou restrições são necessárias. O exame considera aspectos médicos, funcionais e práticos para emitir um parecer técnico.
Avaliação médica e clínica
O perito verifica visão, audição, mobilidade, equilíbrio e força muscular. São avaliadas doenças crônicas, episódios recentes de perda de consciência, uso de medicação e histórico de internações ou quedas.
Exames físicos simples podem ser realizados no local, com perguntas diretas sobre sintomas que afetam a condução, como tontura, fraqueza de membros ou alterações cognitivas.
Exames complementares e laudos
Podem ser solicitados exames laboratoriais, relatórios de especialistas (oftalmologista, neurologista, ortopedista, psiquiatra) e exames de imagem quando necessário. Laudos atualizados e exames recentes facilitam a análise e reduzem a necessidade de novas avaliações.
Documentos que comprovem intervenções, próteses ou adaptações já realizadas também são úteis para o parecer.
Testes funcionais e prova prática
A avaliação funcional inclui testes de coordenação motora, tempo de reação, percepção espacial e atenção. Em alguns casos há avaliação psicológica para verificar capacidade cognitiva relacionada ao trânsito.
Na prova prática, o condutor pode ser avaliado em um veículo comum ou adaptado. O perito observa troca de marchas, manobras, controle da direção e resposta a situações simuladas.
Restrição de CNH e periodicidade
O resultado pode ser: liberação sem restrições, liberação com restrições (ex.: dirigir apenas veículo com câmbio automático, uso de adaptações, necessidade de óculos) ou indeferimento. O laudo também define validade e periodicidade para reavaliações, segundo a gravidade e estabilidade da condição.
Em caso de discordância, o candidato pode recorrer administrativamente e apresentar novos laudos ou exames para revisão.
Critérios médicos, testes e laudos considerados

Os critérios médicos para a CNH especial avaliam condições que afetam a segurança ao dirigir. O perito considera função sensorial, mobilidade, controle neurológico e estado mental.
Principais exames e testes
Entre os testes comuns estão exames de acuidade visual (com e sem correção), teste de campo visual, avaliação auditiva e testes de equilíbrio. Podem ocorrer também testes de tempo de reação e coordenação motora.
Em casos neurológicos ou psiquiátricos, costuma-se solicitar avaliação cognitiva breve e, se indicado, exames complementares como eletroencefalograma (EEG) ou tomografia. Para doenças cardíacas, são pedidos eletrocardiograma e relatórios do cardiologista.
Laudos e documentos que pesam na decisão
Laudos médicos atualizados são fundamentais. Um bom laudo inclui diagnóstico claro, CID quando aplicável, tratamento em curso, estabilidade da condição e limitações funcionais. Relatórios de especialistas (oftalmologista, neurologista, ortopedista, psiquiatra, cardiologista) fortalecem a análise.
Resultados de exames laboratoriais recentes, imagens e comprovantes de intervenções ou uso de próteses também ajudam. Laudos datados e assinados com assinatura legível e CRM do médico são exigidos.
O perito avalia tanto o risco presente quanto a previsão de estabilidade. Por exemplo, diabetes bem controlada pode ter regras diferentes de diabetes com episódios hipoglicêmicos frequentes.
Quando houver uso de medicamentos que afetem atenção ou reflexos, é comum exigir relatório sobre dose, tempo de uso e efeitos colaterais. Em casos de dependência química, podem ser necessários testes toxicológicos e acompanhamento comprovado.
Se o resultado for restrição, o laudo deve explicar quais adaptações são necessárias (ex.: câmbio automático, comandos manuais) e a justificativa técnica. Documentos claros podem reduzir o tempo de recurso em caso de indeferimento.
Documentos, exames e prazos exigidos pelo DETRAN
Para apresentar-se à perícia do DETRAN, reúna documentos pessoais e relatórios médicos que comprovem sua condição. Leve sempre originais e cópias, além de formulários fornecidos pelo órgão quando aplicáveis.
Documentos obrigatórios
- Documento de identificação com foto (RG, CNH ou passaporte).
- Cadastro de pessoa física (CPF) quando solicitado.
- CNH atual ou protocolo de solicitação, se for renovação.
- Comprovante de residência recente, quando exigido.
- Laudos e relatórios médicos assinados pelo especialista com CRM e data.
Exames e laudos mais requeridos
- Exame de acuidade visual e, se indicado, campo visual e laudo oftalmológico.
- Audiometria básica ou laudo de otorrinolaringologista.
- Relatórios de neurologista, psiquiatra ou cardiologista, conforme a condição.
- Exames complementares: ECG, tomografia, hemograma ou outros exames laboratoriais quando o médico ou perito pedir.
- Comprovação de uso de próteses, órteses ou adaptações veiculares, com documentação técnica.
Prazos, validade e entrega
- Agende a perícia conforme orientações do DETRAN estadual; o tempo até a avaliação varia por região.
- Os laudos devem ser recentes e com informações sobre estabilidade clínica. Documentos antigos podem ser recusados.
- O perito define a validade do parecer e periodicidade de reavaliação com base na condição apresentada.
- Cumpra prazos administrativos para recursos e apresentação de novos documentos, sempre observando notificações do DETRAN.
Dicas práticas para não ter o pedido indeferido
- Verifique se os laudos trazem diagnóstico claro, CID quando aplicável, tratamento e assinatura com CRM.
- Organize os documentos em ordem cronológica e coloque cópias separadas para protocolo.
- Se fizer exames fora da rede pública, leve os resultados impressos e o contato do profissional.
- Informe-se no site do DETRAN do seu estado sobre taxas, locais de atendimento e formulários específicos.
- Em caso de dúvidas, consulte um especialista antes da perícia para obter laudos completos e atualizados.
Como se preparar e recursos em caso de indeferimento

Reunir provas e planejar os próximos passos pode aumentar suas chances em caso de indeferimento. Organize tudo antes de entrar com recurso.
Prepare os documentos com antecedência
- Leve laudos atualizados assinados e com CRM do médico.
- Inclua exames recentes, relatórios de especialistas e comprovantes de tratamento.
- Separe cópias e originais em pastas identificadas para facilitar protocolo.
Faça um preparo prático
Antes da perícia, peça ao seu médico um parecer claro sobre estabilidade e limitações. Treine a condução com as adaptações previstas e registre vídeos ou relatórios de instrutor, se possível.
Procedimento em caso de indeferimento
Leia a notificação com atenção e observe prazos para recurso. Normalmente é possível solicitar nova avaliação ou apresentar recurso administrativo. Em seguida, reúna novos laudos e protocole o recurso conforme instruções do DETRAN.
Recursos técnicos e legais
Busque uma segunda opinião médica para obter laudos complementares. Se necessário, procure orientação jurídica ou a defensoria pública para avaliar recursos administrativos e medidas judiciais.
Documentos que fortalecem o recurso
- Laudos com CID, tratamento e previsão de estabilidade.
- Exames complementares recentes (imagem, ECG, audiometria).
- Relatórios de reabilitação, fotos das adaptações veiculares e comprovantes de uso.
Dicas práticas para o protocolo
- Protocole no prazo e guarde o comprovante.
- Apresente argumentos objetivos, relacionando limitações à segurança no trânsito.
- Se possível, anexe um plano de adaptação do veículo ou laudo de instrutor comprovando capacidade.
Seguir esses passos torna o recurso mais claro e técnico, facilitando a reavaliação por parte do DETRAN.
Conclusão
A perícia do DETRAN para CNH especial existe para garantir que o condutor dirija com segurança e que as adaptações necessárias sejam corretamente definidas. Saber quais critérios, exames e documentos são avaliados ajuda a evitar surpresas.
Organize laudos recentes, relatórios de especialistas e exames antes da perícia. Pratique a direção com as adaptações previstas e leve cópias extras para facilitar o atendimento.
Se o pedido for indeferido, protocole recurso dentro do prazo e junte novas evidências. Procure segunda opinião médica e apoio jurídico quando necessário para fortalecer sua defesa.
Agir com antecedência e ter documentação clara aumenta as chances de um laudo favorável e protege sua capacidade de dirigir com segurança.
FAQ – Perguntas frequentes sobre CNH especial e perícia do DETRAN
Quais documentos devo levar para a perícia do DETRAN?
Leve documento de identidade com foto, CNH ou protocolo, laudos médicos assinados com CRM, exames recentes e cópias dos originais organizadas.
Quais são os exames mais comuns solicitados na avaliação?
Acuidade visual, campo visual, audiometria, ECG, exames laboratoriais e laudos de especialistas (oftalmo, neuro, orto, psiquiatra) conforme o caso.
Quanto tempo vale o laudo e quando preciso de reavaliação?
A validade depende da condição avaliada; o perito indica periodicidade. Condições instáveis exigem reavaliações mais frequentes.
O que fazer se meu pedido for indeferido pelo DETRAN?
Leia a notificação, reúna novos laudos ou exames, protocole recurso dentro do prazo e, se necessário, busque segunda opinião médica ou apoio jurídico.
Quando são exigidas adaptações no veículo para obter a CNH especial?
Adaptações são solicitadas quando limitações físicas ou motoras afetam a condução. O laudo especifica quais adaptações são necessárias, como câmbio automático ou comandos manuais.
Uso medicamentos que afetam atenção. Isso impede a CNH especial?
Não necessariamente. O perito analisará dose, efeitos e estabilidade. Laudos descritos e acompanhamento médico aumentam a chance de parecer favorável com restrições se preciso.

